O lago era o dela. E tinha a mesma cor que a que lhe aparecia nos olhos. Mas ele esquecera de despir-se das roupas antes de entrar, e quando essas terminaram de se encharcar acabaram pesando no corpo. Para o peso do que trouxera, perdera a chance. Os braços não conseguiram desenrolar-se.
E os abraços permaneceram presos. Afundara.
Afundara sem ter a chance de respirar fundo, uma última vez. Uma última olhada para a luz do dia, no lado de cima da água. Seguia caindo para o fundo do lago mais doce que se dispusera a entrar quando terminou de soltar o ar que prendia, e parou a pulsação sanguínea. Afundara; e a consciência se esvaía à medida que o fundo chegava mais perto.
Mais perto.
Mais perto.
Mais
Fundo.