domingo, maio 20

Jogados

E daí vai lá, pega meu tabuleiro e toca pra cima. Pega meu tabuleiro e rearruma as peças, bagunça de novo e joga ele fora. Me dá um tabuleiro novo e espera que eu adivinhe as regras do jogo. E daí quando eu entendo, você vem e me diz que o que vale agora é o inverso do oposto. Me tira as instruções das mãos. Corta as regras.

E então vem manso e me quebra as peças. Substitui meus peões por pinos e dados. Troca minhas cartas por fichas mais bonitas. E vem de novo e me diz para pensar na jogada; diz pra eu fazer um movimento.

Eu faço.

E daí eu digo que foi com a chave inglesa, no salão de festas, mas não tenho um sujeito pra nomear. Não me restaram sujeitos nesse jogo novo que você propôs. Eu digo que foi você no salão de festas, mas você insiste que não estamos brincando disso.  Insiste que o culpado não está no tabuleiro. Que não há mais tabuleiro.



Mas daí vem manso de novo e me dá a corda.
E diz que vai ser na cozinha.


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