quinta-feira, dezembro 31

NEW Year

Hoje é o último dia do ano, como todo mundo sabe. E eu não tenho muito o que dizer, não. Acho que só vim desejar um Ano Novo novinho mesmo; diferente, inusitado, com boas surpresas. Sejamos felizes.
Amanhã a gente recomeça.

Que venha 2010. E que seja bom.
Até o ano que vem.

segunda-feira, dezembro 28

Conclusões de um ano passado

Ok, 2009 não foi dos piores anos da minha vida, mas vamos combinar que também não foi lá essas coisas. E não vem você me dizer que é difícil me agradar; eu só não me contento com menos do que eu queria.

Passei no vestibular, passei seis meses (quase enlouquecendo) de férias, comecei a faculdade, enlouqueci com os prazos da faculdade, me cansei do trabalho e me descobri no caminho errado. Descobri cedo, pelo menos. Mas um pouco tarde, de outro ponto de vista.
De saúde estive bem, até; uma cirurgia no começo do ano e sem maiores complicações. Comecei a tão prometida dieta (já tava na hora!) mas confesso que dou minhas escapulidas de vez em quando... Tive que extrair dois sisos, os próximos dois vão ter que esperar até Fevereiro. Escrevi bastante, perdi alguns fins de semana, recuperei em outros, não fiz muita festa mas me diverti muito.
Me preocupei demais. Minha avó me deu alguns sustos, minha irmã resolveu que vai comprar um apê, minha mãe enlouquecendo (também) com a faculdade somada ao trabalho, meu pai trabalhando além da conta, meu primo se acidentando seguidamente e o outro na tensão do vestibular.
Mas coisas boas, também; meu irmão começou a trabalhar; ganhei duas priminhas. Reafirmei laços, e os fortaleci.
Fiz amigos novos, revi antigos. Ganhei uma grande amiga e um grande amigo (pelo menos eu os considero assim). Fiz um trabalho muito legal. Conheci lugares (incluindo alguns pontos de Porto Alegre, e confesso que ainda me perco por lá, de vez em quando).

O balanço não tem saldo negativo; poderia até dizer que foi um ano bom. Mas é que algumas preocupações me tiram o foco das coisas legais, e por isso que digo que podia ter sido melhor.

Em 2010 eu quero principalmente saúde pra minha família e amigos; e pra mim. De resto, eu quero só ser feliz, e fazer os que estão a minha volta felizes também.

quinta-feira, dezembro 24

Um presente

Ele estava sentado no sofá de couro da sala de estar do seu melhor amigo. As festas de Natal eram sempre ótimas lá, e todo ano ele ia prestigiar a popularidade do amigo e a beleza das amigas do amigo dele. Isso sim que era ótimo; era o que fazia as festas tão boas, pra dizer a verdade; verdade que ele insistia em esconder quando questionado sobre isso, afinal, ele estava lá só por causa da grande amizade dos dois. Claro, o outro não era idiota, e aceitava a resposta, visto que entendia os reais motivos e concordava com eles. Ambos, sempre em festas rodeados de mulheres.

Mas hoje era diferente. David contemplava o teto da sala com nenhuma companhia. E o Plínio, o anfitrião, parecia fugir das grandes rodas de conversas. Nem entre si conversavam e o silêncio dos dois começou a fazer barulho. Logo eles estavam na mente de todos que procuravam uma explicação pra tamanha discrição, já que normalmente eles estariam no centro da piscina com mais algumas garotas.

Não levou muito tempo até que David se levantou e despediu-se dos que estavam perto. Apanhou as chaves do carro e foi-se. Dois minutos e Plínio estava ausente também. A festa notou as ausências, mas era véspera de Natal e muitos champanhes ainda precisavam ser bebidos; a música se encarregou de apagar as memórias recentes e a festa continuou sem maiores problemas.

Dez minutos dali, o carro prateado de vidros escuros parecia esperar um novo passageiro. David abriu a porta para Plínio que entrou e acomodou-se no banco do carona. Alguma coisa parecia sacudir o carro e gritos abafados tomavam conta da atmosfera já tensa entre os dois. Mais meia hora de estrada e seria feito.

- Droga. Que droga, cara!
- Lá vem você de novo. A gente já conversou sobre isso; não tem outra saída.
- Tem que ter.
- Então qual é, gênio?
- Eu não vou matar ninguém.
- Ninguém disse que você tem que matar alguém. Droga, David. Você disse que ia ajudar, então ajuda!
- Ok. Eu disse. Mas isso foi antes de saber o que você tinha em mente. E você também não sabe mentir. Ah, eu estou tão ferrado.
- Deixa as lamentações pra mais tarde. Nós ainda não fizemos nada.
- ...
- E não adianta ficar "emburradinho" porque não vai fazer diferença. Quando a gente chegar lá, só me ajuda a tirar ela do carro.
- Não.
- Cara, ok, eu também não gosto disso. Mas ela sabe coisas que não deveriam estar nem no mais remotos dos pensamentos dela. Eu não tenho outra escolha. Se ela sair daqui viva, eu acabo preso e falido. Aí, sem mais festas de Natal, sem mais amigas, sem mais carros emprestados, sem mais...
- Que se danem as festas, as amigas, os carros e tudo mais que possa vir! Eu não vou acabar com a minha vida por causa da sua mancada!
- O que quer dizer com isso?
- Que eu to fora.
- Você já está dentro de mais para sair. Sabe, areia movediça, cara. Anda, me ajuda aqui.
- ...
- Eu não vou pedir de novo.
- Merda. Merda! Tá legal. Mas eu não vou mais longe com isso.
- Tá, tá... Deixa as promessas pro Ano Novo, cara.

O carro parou. Os dois, de luvas nas mãos, saíram do carro e dirigiram-se ao porta-malas, agora destravado. A tampa foi erguida e os gritos ficaram mais claros. Algo como "David-não-deixa-ele-fazer-isso-comigo-David-não-deixa!-não-deixa-não-deixa..." e então ele reconheceu a moça. Não era a secretária nova que Plínio dissera ser. Não era uma estranha. Era a Lu. A ex-namorada daquele covarde. A Lu, que crescera com ele e por quem ele tinha uma queda desde a oitava série. E desde que entrara na faculdade, há três anos, tinha que suportar o melhor amigo com ela. Plínio não sabia. Nunca perguntara, também. Ele não contaria, de qualquer forma. Mas então, não era a secretária, era Lu. E aquele filho-da-mãe ia apagá-la porque ela "sabia demais".

- Então, acho que essa não é a sua nova secretária, não é?
- Ah, o que?
- Ela, não é a nova secretária, não é?! É a Lu, cara! A Lu! Seu filho da puta!
- Ei, não é hora de dar nome aos bois, tá legal? É a Lu, grande coisa. Nunca valeu nada, essa vadia. E agora quer me jogar na cadeia só porque descobriu umas coisinhas, os esqueletos no meu armário. Ah, por favor. Todo mundo tem esqueletos no armário, não é, David?
- Seu filho da puta. Você não vai encostar num fio do cabelo dela.
- Eu já encostei, cara. Em todos eles, você sabe...
- Cala a boca.
- Eu acho que tem alguém um pouco exaltado aqui.
- Cala boca, desgraçado.
- Ok, você não quer fazer, eu mesmo faço. Só não me atrapalha, certo. Espera ali do lado que eu não vou demorar, não. Essa já tá sem força, nem vale a pena aproveitar antes do grande final. Vai, cara, ligeiro se não eu vou atirar na tua frente mesmo.

David foi andando, passo por passo, enquanto os gritos ficavam mais urgentes e esganiçados.
"DAVID! DAVID NÃO DEIXA! POR FAVOR, POR FAVOR NÃO DEIXA!
O barulho do tiro cortou o ar, machucando os ouvidos como se rasgasse o pulmão. Na verdade, rasgou o pulmão; o de Plínio, que não tirara a arma da mão de David antes de mandá-lo se afastar.

A arma de David escorregou das suas mãos e caiu. A moça ainda choramingava alguma coisa quando ele tirou a mordaça e desamarrou as mãos e pés dela. A Lu abraçou ele, soluçando convulsivamente e respirando com dificuldades. Não conseguia nem falar, porque aparentemente tentava bastante.

Os fogos romperam a melodia chorosa e o clima pesado do ambiente, anunciando a meia noite. O céu, tingido de todas as cores, era mais leve e exibia uma Lua totalmente cheia. Até bonita. Era uma noite feliz, pra quase todos.

- Feliz Natal, Lu. Feliz Natal.

sexta-feira, dezembro 11

Preto no Branco - Postagem Temática

Terminara. Finalmente, a carta estava escrita. Cada palavra de agonia, de desespero, frustração. Estava acabada; como ela.
A folha tão branca, como a pele que revestia a mão que escrevia, parecia cintilar atrás das letras desenhadas à tinta. Analisava cada linha, como quem procura uma razão que desconhecia. Queria dizer mais; parecia não haver palavras. Conformou-se, então.

Os olhos negros continuaram a fitar a carta. Os dedos da mão tão branca passeavam pelos contornos dos escritos e a tinta tão preta borrava pelas linhas da folha pálida. O movimento delicado do seu toque fez o tinteiro cair no tapete e espalhar o pretume por todo lado. O piso claro foi tragado pelo buraco negro no chão.


Ela junto: no fundo do poço obscuro, absorta. Mergulhada na tinta negra que agora lhe tingia a alma. Preto o que era branco; a vontade de seguir em vida lhe escapava pelos dedos.





_________________________________________
Essa postagem faz parte do projeto Postagem Temática, idealizado pelo Rafael Glória. Participe também =D

quinta-feira, dezembro 3

Em família

No quarto, escuro por causa das cortinas fechadas, jazia o corpo inerte de sua mãe. Os lábios, outrora rosados e quentes que lhe beijavam a testa todos as noites, nunca mais se moveriam, e a voz suave que lhe sussurrava cantigas de ninar quando tinha medo de dormir sozinho jamais seria ouvida novamente. Fria, a mão dela ainda estava entre as suas; o menino órfão não desistira de tentar acordá-la.
Ela encontraria seu pai, provavelmente; mas será que ele a esperava ainda? Afinal, já fazia três anos que ele morrera... Era bom que sim, pensava; quando o pai havia morrido a mãe ficara desolada. Chorava todos os dias, no banheiro, pra que ele não a visse; mas ele ouvia. Era bom que o pai ainda a esperasse.
E será que a mana, que nascera três meses depois da morte do pai e não pode viver mais de um ano, estaria lá também? A mãe poderia, então, reconstruir a família. Ela, o pai, a mana... mas ele não estaria lá. Queria estar. Decidiu que iria.

Só precisou de um passo pra fora do quarto através da grande janela do 17º andar. O menino de 11 anos foi atrás de sua família.

quarta-feira, dezembro 2

Unnamed

Perdi o prazo.

Essa edição do Postagem Temática me escapou. E olha que eu queria ter participado, apesar de não saber direito o que classificar num top 5. Das coisas que eu quero, agora, só consigo pensar em uma: FÉRIAS. Isso que eu tive seis meses de intervalo entre as férias de verão e o início das aulas. Aliás, eu quase enlouqueci nesses seis meses; muito tempo sem ocupação é algo que me deixa nervosa. Mas, agora, férias vão bem. Muito bem, eu diria.

Tempo me faltou. Ou melhor, eu não consegui aproveitar o que eu tinha. Incompetência minha ou aflição³ de bixo perante as primeiras provas da faculdade. Elas acabaram comigo na semana passada. Ah, mais uma coisa que eu queria: um fim de semana sem ter de ler ABSOLUTAMENTE nada que eu não quisesse. Os meus 2 últimos fins de semana não existiram; cheguei na segunda com as mesmas olheiras de sexta. E, mais uma coisa, eu queria dormir 10 horas, sem intervalos, acordar com o celular despertando, poder desligá-lo e dormir mais algumas boas horas.

Na próxima edição do Postagem eu participo. Estava sentindo falta de ter esse tempinho de dar o ar da graça por aqui =D

E eu realmente não tenho nada de interessante pra dizer; fico por aqui, então. Aguardo o próximo tema e inspiração pra próxima postagem.