quinta-feira, fevereiro 26

a mesma vida

A noite começara como sempre; um cara cansado chagando em casa e largando seu casaco sobre a cadeira da cozinha, dirigindo-se ao banheiro e tomando seu banho. A casa vazia, como de costume. O som do silêncio preenchendo os espaços tão absurdamente vazios naquele lugar. Tudo igual.

A noite foi avançando como sempre avançava; um cara jantando qualquer coisa aquecida no microondas, a louça lavada e deixada no escorredor, o mesmo cara deitando-se em sua cama fria e vazia esperando que o temporizador da tv a desligasse e indicasse que já era tarde de mais para estar acordado, e então dormiria sem nenhum afago o um simples “boa noite” proferido por uma voz familiar.. Como sempre fora. Sempre seria.

Amanheceu como amanhecia todo dia. O mesmo sol, a mesma luminosidade adentrando o quarto daquele cara que se levantava muito antes que isso acontecesse. O cara não estava mais lá, como nunca estivera àquela hora.

E a casa já voltava á sua costumeira e abandonada rotina. Como sempre acontecia.


sexta-feira, fevereiro 13

era de mim para mim...

No começo era só meu. Eu escrevia, eu lia. Não me importava se outros não entrassem no Inacreditável Mundo, era o meu mundo afinal.
Esse espaço servia para provar para mim mesma que eu tinha coragem de mostrar meus textos para outras pessoas, mesmo que elas não os lessem. O importante é que estava lá, para quem quisesse.
Não que o número de leitores seja grande, mas o fato de existirem é ainda estranho para mim.

Em todo caso, espero que gostem disso aqui. Foi feito para mim; entretanto, creio que acabou sendo feito para outros também e é um prazer dividi-lo com vocês.
Obrigada por passarem alguns segundos dos seus dias por aqui.

Bom final de semana.

segunda-feira, fevereiro 9

situações estranhas em lugares inusitados

Este fim de semana aconteceu uma coisa fora do comum. Também não foi nada de mais, apenas algo inesperado.
Fui a um festival de música muito conhecido onde havia uma gaaleeeera. Realmente cheio. Aposto que muitos dos jovens que lá estavam já tinham ingerido algum tipo de bebida alcoólica e não estavam no seu mais perfeito estado. Eu não tinha; juro. Por ter tomado um remédio pouco antes de sair de casa me privei de bebidas para não interferir no efeito dele e, por isso, gozava de total consciência dos acontecimentos ao meu redor.

Numa festa tão lotada como aquela e com música rolando solta em todos os lugares é meio difícil de conversar; porém, lá pelas tantas eu resolvi me sentar, o sono colaborava com o fato de que eu não gostava da banda que estava tocando e juntos eles me convenceram a descansar. Certo tempo depois um rapaz puxa um pedaço de papelão, coloca ao meu lado e senta-se ali. Pergunta meu nome, se apresenta e começa a conversar. Até aí tudo bem. Mas a conversa foi rolando e quando eu percebi do que falávamos controlei um risinho incrédulo: era duas horas da madrugada, eu estava sentada no chão (na verdade, sobre uma peruca laranja que uma amiga minha tinha pego e não estava mais usando), ao lado de um cara com uma cara de sono pior que minha, falando sobre estágios e concursos públicos e concordando em optar pelo segundo porque oferecia maior estabilidade. Isso depois de já ter falado sobre vestibular e faculdades, em pleno festival de música.

Cheguei a conclusão que o sono pode ser um entorpecente poderoso. Estávamos sob efeito.

terça-feira, fevereiro 3

e tinha um ônibus que sairia 10 min depois...

Praia é realmente muito bom. Não só o clima de paz que normalmente tem, mas cada coisa, inclusive o tédio. Bom, no geral as minhas férias em floripa foram ótimas mas, como nem tudo é perfeito, algumas coisas definitivamente não foram legais: a volta pra casa, por exemplo.

O simples fato de estar deixando a praia, com sua areia branquinha, água limpinha e sol de rachar, já não é legal; agora, quando há no teu ônibus e mais precisamente no banco da frente, uma senhora passando mal e, no banco de trás, um senhor que ronca mais alto do que todas as pessoas que tu conheces (mesmo se estivessem juntas!) já é castigo.
Tudo bem, essas coisas acontecem e tais pessoas não têm culpa. Mas bem que o Cara podia ter aliviado por passageiros do ônibus que eu peguei e colocado um dos dois em outro ônibus, não é?!
Que sufoco!

Nessas horas a idéia de dormir na própria cama e rever algumas pessoas é reconfortantes e nos faz sentir felicidade. Só que a viagem levaria 6h; a senhora que passou mal fez isso várias vezes, a partir dos 20 min de estrada. O outro dormiu a viagem INTEIRA. Ele foi o único.