sábado, setembro 26

Make a wish - Postagem Temática

Eu queria que fosse verdade. E queria que tu pudesses acreditar também. E queria poder olhar para frente sem temer o que está por vir, sem me esquivar dos julgamentos por saber que seria absolvida em todos eles... Eu queria ver além dos teus olhos cheios de um não-sei-o-que e ter certeza de qualquer coisa. Absolutamente qualquer uma.

Eu queria, meu amigo, poder contar comigo mesma nas horas difíceis; ser forte, destemida, esperta. Eu queria ter uma história gloriosa para contar, ser independente por completo e me orgulhar de certas coisas. E também acreditar que há alguém, ou alguma coisa, olhando por mim; que viesse ao meu encontro quando as coisas dessem errado.

Eu queria que tu pudesses olhar nos meus olhos e acreditar em qualquer coisa, também. Mas não se encontra nada por aqui.

Nem fé; é fato.

Me diz que as coisas vão mudar; crer em ti já me basta. Se a tua fé move montanhas, me ajuda a mover as pedras da minha estrada. Tropeço em todas elas e meus joelhos já estão doídos por suportar meu peso, esmagando-os. Eu queria saber o que se faz para acreditar nos "dias melhores"... Me ensina?



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Esse post faz parte do projeto do Rafa Glória, o Postagem Temática.
Essa edição teve como tema "Fé".
acompanhe o blog do Postagem ;]

sexta-feira, setembro 25

Se foi

Não se permitiu um último abraço, um último "adeus", nem os votos de que fosse feliz ou tivesse sucesso quis ouvir. Não era dos caras mais fortes emocionalmente, não gostava de momentos como aqueles; preferiu apenas ir. E se foi.

Uma vida que não chegara a provar por inteira, que lhe havia trazido buracos imensos e sempre vazios não merecia qualquer consideração por parte dele. A deixaria para trás da mesma forma que ela o havia atraído: de repente. Farto da mesmice de todos os dias, resolveu que era hora.

Nem beijos ou abraços, nem se quer aperto de mão ou um "tchau". Ao sair, apenas olhou para os que ficaram com a sorte que não era mais sua.

- O último apaga a luz.

E se foi.

sexta-feira, setembro 18

Time of your life - Postagem Temática

Parece que foi ontem que eu estava indo pro colégio, pra minha turminha da pré escola, com uma lancheira e uma pasta cheia de desenhos. Mas não foi. E mesmo que as lembranças sejam tão claras elas me deixam a certeza de que eu estou esquecendo dos detalhes mais importantes. Minha memória raramente funciona como um filme sendo reassistido, normalmente é como um álbum de fotos arrumado cronologicamente, ou um curta (bem curto mesmo), mostrando minha vida como uma apresentação de "slides".

Eu tenho as minhas preferidas. Aquelas que eu deixo na prateleira mais bonita da minha memória. Tempos e momentos felizes, marcantes, relevantes e até uns meio obscuros que, de uma forma ou de outra, me ensinaram alguma coisa que valha a pena lembrar e passar adiante. E tem também aquelas que não nasceram de momentos reais, são apenas fruto de uma imaginação meio amalucada, que fica retratando o que poderia ter sido se tivesse acontecido.

Minhas fotografias pessoais, secretas; lembranças.



"[...] So take the photographs and still frames in your mind
Hang it on a shelf of good health and good time
Tattoos of memories and dead skin on trial
For what it's worth it was worth all the while

It's something unpredictable
but in the end it's right
I hope you had the time of your life"
[Time of your life - Green Day; Fonte: http://letras.terra.com.br/green-day/500567/]



*Essa postagem participa do Postagen Temática
http://blogsintonizados.blogspot.com/
O tema dessa edição foi: Fotografia

terça-feira, setembro 8

Step by step

É difícil crescer. E o fato de que isso é algo natural não ameniza o frio na barriga. E não é que eu me recuse a tal; apenas não nego que tenho medo.

Nunca gostei de surpresas. Minha consciência - a de alguém que vive com o pé cravado no chão - me faz querer ter o controle das coisas que acontecem comigo e em torno de mim. O que é mais impossível de controlar do que o futuro próximo? Meus pés não podem pisar num chão que ainda não existe; é areia movediça, é uma enorme caixa de surpresas, ou uma versão de Caixa de Pandora.

Mesmo sem saber onde pisar, é preciso seguir em frente. Quem não segue, não cresce; estaciona na vida de sempre, com as coisas de sempre, com as pessoas de sempre e, pior, com os pensamentos e sentimentos de sempre. Não crescer é triste. Eu não vou estacionar porque mais medo eu tenho é de ser sempre desse mesmo jeito.

sexta-feira, setembro 4

Os nós

Não precisava de mais tempo. Estava farto de esperar por algo (ou alguém) que insistia em não aparecer. Procuraria, se pudesse. Mas como saberia quando encontrasse? Não saberia, e deixaria passar, como sempre fizera. Pouco a pouco sentia que o tempo estava se esgotando; seria a última chance para fazer dar certo? Perder o controle e "sair da casinha", ou da bolha que o cercava; romper laços que o prendiam a um passado infeliz. Ele nunca fora bom em desatar coisas, por isso estava sempre preso. Mas agora sufocava; morreria, tragado pelo desespero.

Ele queria ser livre, apenas. Não só. Livre. Queria atravessar o mundo e aparecer em todos os lugares para que ela o encontrasse. Queria estar com ela. Viver com ela o tal do "felizes para sempre". Ela, de certo, nem existia. Com sua sorte, ela não existia. Seria livre, se quisesse. Mas só.

"Hey Lyla!"

quarta-feira, setembro 2

Alma Velha

A coluna dolorida, a cabeça esquecida, pernas cansadas e ombros moídos. Envelhecimento precoce. Precocemente precoce, para ficar claro. E quantos anos se precisa ter para poder possuir todas essas aflições? A consciência pesa, às vezes; é justo tomar para si todas as responsabilidades? Meia culpa por não ser o que queria. Culpa inteira. É toda minha.

E essa mania de sonhar com um futuro e lembrar de um passado que não existiu... A felicidade instantânea das minhas inverdades contadas só para mim. Saudosa do tempo que era jovem. Alma velha, sempre tive.