sexta-feira, maio 11

Rarefeito

Só precisava de ar. Que enchesse os plumões por completo e que fizesse sentir o alívio de um suspiro pleno. Apenas ar, de um entorno normal. Que inflasse o peito para que o coração deixasse de brigar por espaço dentro do corpo, e mostrasse possível uma vida regida pelo seu compasso. Pela batida acelerada de uma vida; daquelas com emoção.

Queria espaço para livrar o aperto. Queria só o aperto de um par de braços em torno da cintura. Queria deixar o coração livre em si, e sentir todo o ar necessário entrando e saindo do corpo.

Queria deixar de ver lágrimas saindo dos olhos, pois eram tantas que o ambiente virara mar. E quanto mais água, meno ar. E menos ainda. E, então, menos um pouco.


Talvez mergulhasse e esquecesse que não era sereia.

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