Mas a verdade é que ela só gostava de admirar - de longe. Pessoas perfeitas não são para ela.
E nenhum desses desenhos minuciosos produziam algum sujeito que lhe servisse. Nenhum deles era falho, como ela, e nenhum deles jamais entenderia o quanto ela queria que eles o fossem. Nenhum dos traços encontrariam nela uma combinação, porque ela não era feita de retas ou curvas cuidadosamente calculadas.
[Era feita de tantos rabiscos que nem mesmo sabia
dizer quando deixaria de ser
um rascunho descuidado]
E a verdade é que precisava de suspiros motivados; da esperança dos sorrisos. E de nenhuma droga de príncipe encantado. Precisava deixar seus rabiscos nos contos que fazia e passar a terminar de desenhar a si mesma. Mas desenharia-se á mão livre, sem moldes ou formas; com retas tortas em linhas invisíveis. Ainda que saísse errada.
2 pessoa(s) disse(ram) que:
Ótimo texto, bem explicado sobre a condição do ser apaixonado em olhar para alguém como um sonho, que não olha defeitos e esquece de cuidar de si mesmo em se tornar o sonho dode oitra pessoa.
Valdemir,
Creio que importante sãos os nossos traços, os que nos formam e o que nos fazem, e não os traços que fazemos para os outros.
Obrigada pela visita, e espero que voltes a perambular por essas bandas.
Uma boa semana!
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