domingo, julho 21

Quanto tanto

Quanta coisa passou. Pelas minhas mãos, pelos meus olhos - pelo meu coração. Quanta coisa me fez assim, tão forte. De tudo que me deram, mais tudo que conquistei; quanta coisa, meu amigo, quanta coisa me passou. E agora esse suspiro me escapa também, me passa pelo peito e se vai embora como se tivesse direito de acabar com o meu pranto. Eu choro pelas coisas. Eu sou besta, vê se me entende.

Quanto tempo passado. E vivido. Tão pouco, na verdade. E quisera eu que um dia eu lembre disso tudo sem recordar essa sensação esquisita de agora. De que falta alguma coisa, pra completar o hall de todas as coisas que deviam passar. (Quanto tempo que já finjo que eu não preciso dela, que eu não preciso ser do jeito que gosto). Quanto tempo passado, entre esses copos esvaziados e esses berros que não me dizem nada.

Mas eu sou besta, vê se me entende. Tanta coisa em tão pouco tempo, e tanto tempo para tão pouca coisa. Eu já não sei quantas horas da minha vida isso vale a pena. E eu já não sei se pedir por socorro e resgate - como tanto fiz, durante tantas vezes e tanto tempo - faz minha voz ser ouvida; na verdade, eu acho que apenas a abafa.

Mas eu sou besta, e é só nisso que você acredita.


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