sexta-feira, abril 20

Dos filmes da gente

A gente vai fechar os olhos e voltar a fita. Vai lembrar do começo, de quando as coisas eram boas. De quando as coisas não eram apenas coisas. A gente vai fechar os olhos e rebobinar, até chegar na parte em que o mocinho conhece a mocinha e tudo começa a dar errado. Vai voltar para as coisas que eram mais que detalhes desimportantes.

Detalhes nunca são desimportantes.

Então a gente vai fechar os olhos e lembrar dos detalhes todos. Daqueles que nos deixaram aqui e daqueles que construíram nossos muros. A gente vai lembrar da hora que nós convidamos o vilão pra entrar na história e vamos lembrar daqueles detalhes que nos afastaram tanto.
[E tanto mesmo]

Nós vamos voltar a fita, e assistir tudo de novo.
Observemos os detalhes que nos puseram de frente um pro outro, sem nenhuma palavra a dizer, aqui; no final do filme. Sem uma sílaba pronunciada, e ainda tanto por falar.
[E tanto mesmo]

A gente vai voltar a fita. Só para assistir de novo o mesmo filme. E depois que o filme acabar a gente vai juntar a equipe de produção e vai fazer um outro. O triste é saber de antemão que o novo é só uma releitura do antigo, do mesmo jeito que o primeiro foi inpirado nas histórias de sempre. E tu me diz que isso é só um detalhe.

Detalhes nunca são desimportantes.


Há vaga para um bom diretor.

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