sexta-feira, janeiro 14

Sobre a moeda

O que ela mais queria era mergulhar de novo naquele ambiente perfeitamente controlado de que tanto gostava. Sem imprevistos, sem problemas; só ela e todas as variáveis calculadas e avaliadas com a frieza necessária para tomar decisões importantes.

Decisões. Por que diabos tinham que haver tantas? E por que todas tinham que envolver coisas tão preciosas, afinal?

O que ela mais queria era trazer todo mundo para o seu mundo perfeitamente controlado, onde todos estariam aos cuidados da análise minuciosa dos seus olhos atentos: não para controlá-los mas sim para protegê-los das escolhas mal feitas de sua mente - por vezes conturbada.

Escolhas. Por que elas sempre vêm acompanhadas da possibilidade do "felizes para sempre" e também com o "queimando no inferno até o fim dos tempos"?

A história das duas faces da moeda. Você joga uma moeda pra cima e ela cai com uma das faces à mostra - mas a outra face permanece ali, só que escondida, esperando o momento em que a moeda ganhará os ares novamente, louca para dar o ar da sua graça.


O que ela mais queria era que a maldita moeda tivesse uma face só.

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