sexta-feira, março 12

Cristalizado

Ela jogou o coração de cristal pra cima e virou as costas; deu dois passo para frente e esperou. O barulho delicado causado pela quebra e o tilintar dos caquinhos indo em todas as direções era como um suave cochicho ao pé do ouvido: acabara.

O rosto dela refletido nos cacos maiores parecia competir por espaço por entre os cacos menores, que de tantos, eram como lágrimas caídas dos próprios olhos. Mas ela não chorava. Sorria um sorriso triste e aliviado; liberdade de corpo e alma era o que experimentava.

O coração, antes pedra e agora feito em pedaços, já não a prendia a nada. Alma leve, consciência limpa. Sairia em busca de sua felicidade.

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