segunda-feira, junho 11

Da espera

Dessa espera me restou pó, alguma dor no peito, alguma saudade mal sentida. Desse tempo me veio frio, me veio vácuo. Da saudade vivida fiquei de mal, e pra ela disse que me cansei. Dela eu quis fugir, e corri pro pó que acumulou em mim - pensando que ele era espesso o bastante para me esconder da saudade. E pensei que assim me faria forte, mas quem se esconde não pode falar de força. Não pode falar de nada.

Dessa espera fiquei cansada, e da vida me fiz covarde. Fugindo aos poucos, pelos soluços de alguma coisa no peito que entalou na garganta. Que entalou e não desce. Dessa vida me fiz covarde, e corri de volta pro abrigo que me mantinha a salvo. Só que do abrigo restou o pó, um buraco no peito a uma saudade ressentida.

Daquele tempo me veio sombra, me veio só.

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