domingo, dezembro 11

[Res]piro

Jogou-se nos braços soltos do acaso e prendeu a respiração, temendo. Abriu os olhos antes cerrados para ter certeza de que cairia em qualquer lugar. Qualquer um mesmo. Jogou-se nos braços frouxos do destino e escolheu não mais pensar no que viria. No que queria que viesse. Ou no que pudesse vir a qualquer momento.

Permitiu-se respirar de novo, agora bem fundo, para que o peito sufocado não sentisse mais o desespero dos dias presentes.

Adormeceu com a ciranda. Largou-se no espaço entre o não saber e o não se importar, porque das coisas já estava cansada. Atirou o corpo imóvel no espaço cujas fronteiras entre indiferença e proteção não são conhecidas. Tremeu os lábios e o coração.

Mas respirou.


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