sexta-feira, abril 29

O todo do nada

Das botas à blusa, do shorts às unhas: dos olhos às vistas alheias. Por causa dos olhos à lápis - borrando o preto nos contornos que estavam gravados nas tuas pálpebras - fizeste besteira. O preto dos olhos contornados do desejo que tu alimentavas a deixaram assim. Inatingível. E parecia que fora assim desde sempre.

Nem te lembras o quanto perdeste do tanto que foi. E do tanto, todo ele perdido por culpa da personificação idealizada de um corpo inteiro. Que tinha um par de pernas de mentira. Uma dezena de unhas enfeitadas. Uma garota de nada.


Não sabes o quanto perdeste porque não se mede felicidade que ainda não existe.

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