quinta-feira, outubro 28

Feira

Eu vendi um punhado de compaixão por um pouco de amor, mas acho houve um engano. Eu tentei não sentir pena de quem me disse mentiras e pensou que me enganava, mas parece que a compaixão não me largou; e o tal do amor que viria em troca perdeu-se no caminho, me deixando assim, sem nada.

De mãos vazias, abanei pro horizonte e estendi os braços, esperando que ele me mandasse algo que preenchesse os espaços. Mas eu agora estou cansada, por isso parto. Caminho devagar e apanho tudo que encontro; agora tenho um estoque diferente. A compaixão ainda não me larga, mas como não preciso segurá-la posso usar minhas mãos livres para apreender a diversão e a novidade.

Eu olhei pro horizonte e vi que ele me chamava. Por isso parto. Quando tiver outros produtos para vender, procuro-te de novo: quem sabe possamos fazer um melhor acordo? E dessa vez, sem enganos. Eu espero que o amor não se perca de novo.

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