Eu caminhei. Passei pelas ruas que costumo passar todos os dias; quando foi que deixei de ser visível a olho nu? Eu deixei de ser ponto para ser traço, e deixei de ser um eu que já nem lembro direito quem é. Eu passei por todas as tuas ruas e lembranças, e nem minha sombra encontrei no caminho.
Estava invisível aos olhos cegos de quem já não me reconhece. Reconhecimento próprio de um fracasso sensível aos sentimentos detidos num porão interminável. Escuro. A droga da espera esperançosa de um futuro tão visível quanto a minha sombra nas tuas ruas.
Comecei a correr.
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