sábado, novembro 13

[aos meus] Guarda-vidas

No final o que sobra é aquele suspiro que vem de tão fundo que nem se sabe como. É aquele sentimento de "que se dane" invadindo o peito por dentro e corroendo as nossas relações por fora. O que sobrou - e isso eu vou segurar firme, até que os meus punhos gritem e parem de me obedecer - foi a cumplicidade absurda que encontramos em certas pessoas, que nos fazem sentir que não estamos, de fato, sozinhos no nosso próprio mundo.

No final, o que sobra é um suspiro de esperança e crença em algo que não se conhece, mas que se sabe real. É o suspiro que nem mesmo nos pertence porque no fundo da gente não há nada que possa gerá-lo. Então nós percebemos que algumas pessoas dedicam um tempo que talvez nem tenham para mudar a nossa percepção e a sensação de indiferença é estilhaçada pelo ombro de um cúmplice que encontra em nós a reciprocidade de que - talvez - precisava.

Exaustos mas seguimos. Suspiros de guarda-vida.

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