domingo, março 8

A mentErosa.

Estava tudo na cabeça dele. Tudo que ela fazia, tudo que ela dizia, tudo que ela queria. Às vezes, quando fechava os olhos ele via Ana Clara sorrindo para ele, com o sorriso mais lindo que ele já vira na vida. Ele a imaginava entrando pela porta da sua casa, largando a bolsa pesada e os livros da faculdade sobre a mesinha de centro e sentando-se ao lado dele no sofá, aconchegando-se sobre seu peito e o envolvendo com os delicados braços que Deus lhe dera. O perfume dela fazia com que perdesse os sentidos e se entregasse àquele simples prazer de abraçá-la e respirar o ar ao redor dela.
Abriu a janela para apreciar a maravilhosa noite que fazia. Deixava que a lua banhasse seu rosto com a mesma luz que banhava o dela.

Ana Clara entrou, largou sua bolsa e os livros da faculdade sobre a cômoda do telefone e ligou a TV. Tirou os sapatos de salto alto e bico fino para deixar o sangue fluir livremente em toda e qualquer parte do seu corpo e colocou os pés sobre a mesinha de centro, sentindo uma estranha e gostosa sensação de liberdade. Era sexta-feira.

Ele, da sacada do seu apartamento podia vê-la em qualquer parte do apartamento dela, exceto no banheiro. Desejou estar em frente a ela, massageando os lindos e pequeninos pés que repousavam sobre a mesinha. Ela o recompensaria com outro maravilhoso sorriso e diria que precisava dele tanto quanto ele a queria por perto, porque o amava. E ele seria tão feliz como nunca imaginara que alguém seria capaz de ser.
Mas estava tudo na cabeça dele.

Ana Clara voltou-se para a porta quando percebeu que alguém havia batido. Abriu um sorriso quase ao mesmo tempo que abriu a porta. Esticou seus braços para receber o abraço que lhe davam, comprimindo seu peito até quase não poder mais respirar. Ela pegou o namorado pela mão e o levou até a sacada, sentando-se com ele nas almofadas que ficavam ali e deixando que a lua os iluminassem e refletisse no sorriso dela.

Ele saiu da sacada e voltou para o sofá, onde continuava com a sua Ana Clara debruçada sobre seu peito e olhando-o com seus olhos de esmeraldas e o sorriso mais lindo que ele já vira.
Estava tudo na cabeça dele. Absolutamente tudo.

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