quinta-feira, fevereiro 28

Nota XVIII

Estava na garganta. Um nó tão grande, um emaranhado de medos, e desejos, e planos, e receios; e espaços. Estavam todos enrolados em um grande nó na garganta, que não deixava uma agonia descer, nem um sorriso subir. Os fatores confundiam-se uns com os outros e de planos se fizeram medos e de receios saíram desejos decididos urgentes. Cresciam, cada dia mais. Desentendiam-se no espaço que havia e pensavam que o melhor era ocupar o mesmo.

Estava na garganta, o nó, e crescia ordenadamente no mesmo lugar. Ate que sufocou, uma dia, e todos os planos e medos e desejos e receios desfizeram-se de uma vez.


Engasgara-se.



Covarde. Nunca teve peito para cuspir desaforos e ousadias.


0 pessoa(s) disse(ram) que: