sábado, janeiro 19

Desculpa

Sabota. Olha as fotos, olha os olhos; fecha os próprios e sente a boca. Sente aquela que sincronizou contigo os movimentos todos. Sabota. Enxerga o rosto, sente o gosto; sorri com os risos de todas aquelas fotos. Ri do riso que não é teu e lembra de sentir o cheiro leve que ficou nas roupas que tu tiraste; e te arrepende de não as ter tirado antes. Sabota.

Olha as fotos, olha os olhos.
Sabota.


Sorri pelo desejo e lamenta uma noite interminada. Te enxerga finalmente do outro lado do jogo. Do lado sujo, do lado que é julgado culpado. Te enxerga do outro lado e confessa que não dá bola. Sabota.


Sente a boca, e sabota.
Pode até ser culpada, mas pelo menos não tem o ar blasé da outra.


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