sexta-feira, junho 24

Dos muros internos

De tudo me sobraram receios e algumas certezas. Mas o quão sólidas são elas, não sei. Assim como não digo que ainda temo de verdade tudo que ficou comigo naquele dia. Tudo que eu deixei que ficasse aqui dentro. Aqui nesse maldito lado de dentro.

Do lado de dentro eu conheço pouco. E também confesso que não quero saber dele tanto. Sei bem o quão perigoso é arranhar as paredes que construo. Os muros sempre têm um propósito de existir, e os meus não são como os de Berlim. São muros de proteção, não de separação. São as paredes da minha segurança. Aqui do lado de dentro tem até arame farpado; vai que eu resolva que quero pular pro outro lado. Pro lado mais escuro do lado de dentro.

Das certezas que me restam, creio em duas: serei forte até onde der, e curiosa enquanto for saudável.

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