quinta-feira, abril 30

nas linhas virtuais

Já faz algum tempo que eu escrevi algo sobre mim mesma por aqui. Sei lá, não vejo muito sentido em ficar escrevendo coisas que acontecem comigo ou sentimentos que surgem porque nem sempre eles merecem tanta atenção. Hoje, particularmente estranha, me deu vontade de fazer isso; mas eu não sei nem como começar.

Parece que quanto mais a gente vive, menos a gente entende. ("Ah, grande novidade... pensou nisso sozinha?? maazáá...") Que seja. É óbvio e pura verdade. Não, não entre em desespero porque eu não vou começar a falar sobre isso. Na verdade, eu nem sei o que falar. Acho que passar muito tempo sozinha em casa acaba fazendo isso com as pessoas: elas descontam sua frustrante solidão verbal nas linhas virtuais que tu estás lendo. É uma fuga, eu acho.

Vamos fugir, então. ("Aham, hoje ela tá realmente cheia de frases originais! ¬¬") Eu realmente preciso disso. Solidão é uma coisa relativa e particular. Mesmo entre amigos eu me sinto acuada, sempre desconfiada e armada até os dentes. Ironias e sarcasmo às vezes constroem uma armadura bem forte. Eu me defendo, mesmo sem nem saber do que ou por quê.

Solidão é viciante. Vai dizer que nunca te deu uma vontade incontrolável de desmarcar todos os compromissos pelo simples prazer de sair sozinho, caminhar, ou simplesmente ir ou ficar em casa mesmo. É bom. Se tem vezes que a nossa cabeça já está tão cheia de coisas que não dá nem pra ouvir os próprios pensamentos tu não precisas de outra pessoa, com vários outros pensamentos pra te encher a cabeça. Encher não no sentido de incomodar, mas no sentido normal da palavra. Eu gosto de estar sozinha, apesar de ter dito, lá em cima, que estava descontando uma "frustrante solidão verbal".

Bom, acabou minha aparente vontade de descontar. E aposto que tu também já deves estar querendo me mandar calar a boca.


Amanhã é feriado. E pra mim não faz a menor diferença. Todos os meus dias têm sido feriado.

Viva o ócio.

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