Eu perdi as contas dos dias que passaram nesse sem fim sem cor. Eu perdi os dias que passaram contando as aquarelas em branco que eu tinha, e tentando preenchê-las de alguma forma - se havia uma forma. Alguém me diz por que esse vazio nunca enche; por que essas coisas que a gente não sabe nem dizer o que são insistem em se acomodar naquele canto mais frágil. Eu perdi a conta das cores que inventei para usar, só que o pigmento nunca durou tempo o bastante.
Essa vontade de mentira, que faz viver com o corpo oco, move minhas pernas e exibe um sorriso desbotado, que ainda convence muita gente. Mas me dói quando alguns de vocês não conseguem enxergar que as estruturas estão desmoronando, entrando em colapso, e esperam pelo meu pedido de socorro. Vocês sabem que eu não vou pedir. Mas eu aceito um abraço.
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